Um novo fóssil de um Homo erectus fêmea, um dos primeiros antepassados do Homem, mostra que a abertura pélvica, por onde os recém-nascidos saem, era muito maior do que se pensava. A descoberta prova que os recém-nascidos desta espécie tinham proporcionalmente uma cabeça maior, uma característica que está de acordo com o crescimento dos bebés de hoje.
O estudo foi publicado hoje na revista científica “Science”. Os autores encontraram fósseis dos ossos da bacia de um Homo erectus fêmea que viveu entre os 1,4 e 0,9 milhões de anos na zona de Gona, no Norte da Etiópia. Na altura, a região apresentava um clima semi-árido, com arbustos.
O Homo erectus foi o primeiro hominídeo a sair de África e a conquistar outros continentes. Sempre se pensou que a capacidade de andar e correr fosse uma forte condicionante evolutiva.
Um dos fósseis mais importantes que estabeleceu o modelo anatómico desta espécie foi de um indivíduo jovem, “Turkana Boy”, encontrado na zona do Quénia, em 1984. Apesar de ser um macho, devido ao esqueleto esguio e comprido extrapolou-se que a bacia das fêmeas desta espécie seria também estreita.
A partir daqui calculou-se que os recém-nascidos tivessem um cérebro pequeno, com um volume máximo de 230 mililitros (a forma como se mede o tamanho do cérebro), que depois do nascimento se desenvolveria rapidamente, um modelo mais aproximado ao dos primatas do que ao dos humanos.
Mas a nova descoberta obrigou o modelo a ser alterado. “Proporcionalmente, a bacia é maior do que a bacia dos humanos modernos”, disse Scott Simpson, citado pela BBC News. O paleontólogo é o primeiro autor do artigo, e trabalha na “Case Western Reserve University”, em Cleveland, no Ohio, Estados Unidos da América.
De acordo com as medições dos novos fósseis, um recém-nascido poderia nascer com um cérebro com o volume de 315 mililitros. Um aumento de 30 por cento relativo às anteriores estimativas. A partir do nascimento, o desenvolvimento cerebral do H. erectus seria um intermédio entre os chimpanzés e a espécie humana.
Os ossos pélvicos largos da fêmea mostram também que afinal havia uma diferença morfológica a nível dos sexos muito parecida com a existente hoje. O que evidencia que a evolução pressionou este aspecto - uma abertura pélvica grande para deixar passar um bebé com um cérebro maior.
De resto, ao contrário do modelo que prevê que em climas quentes como os da África, os seres humanos têm um torso mais estreito e sejam altos, e em zonas mais temperadas ou frias, têm um tronco mais largo e sejam baixos, esta fêmea era baixa para os padrões do H. erectus (media entre 1,20 e 1,46 metros) e era larga.
Os novos dados alteram a concepção que se tinha desta espécie, que foi descoberta pela primeira vez há cem anos, e mostram que há mais variáveis a ter em conta.
O estudo foi publicado hoje na revista científica “Science”. Os autores encontraram fósseis dos ossos da bacia de um Homo erectus fêmea que viveu entre os 1,4 e 0,9 milhões de anos na zona de Gona, no Norte da Etiópia. Na altura, a região apresentava um clima semi-árido, com arbustos.
O Homo erectus foi o primeiro hominídeo a sair de África e a conquistar outros continentes. Sempre se pensou que a capacidade de andar e correr fosse uma forte condicionante evolutiva.
Um dos fósseis mais importantes que estabeleceu o modelo anatómico desta espécie foi de um indivíduo jovem, “Turkana Boy”, encontrado na zona do Quénia, em 1984. Apesar de ser um macho, devido ao esqueleto esguio e comprido extrapolou-se que a bacia das fêmeas desta espécie seria também estreita.
A partir daqui calculou-se que os recém-nascidos tivessem um cérebro pequeno, com um volume máximo de 230 mililitros (a forma como se mede o tamanho do cérebro), que depois do nascimento se desenvolveria rapidamente, um modelo mais aproximado ao dos primatas do que ao dos humanos.
Mas a nova descoberta obrigou o modelo a ser alterado. “Proporcionalmente, a bacia é maior do que a bacia dos humanos modernos”, disse Scott Simpson, citado pela BBC News. O paleontólogo é o primeiro autor do artigo, e trabalha na “Case Western Reserve University”, em Cleveland, no Ohio, Estados Unidos da América.
De acordo com as medições dos novos fósseis, um recém-nascido poderia nascer com um cérebro com o volume de 315 mililitros. Um aumento de 30 por cento relativo às anteriores estimativas. A partir do nascimento, o desenvolvimento cerebral do H. erectus seria um intermédio entre os chimpanzés e a espécie humana.
Os ossos pélvicos largos da fêmea mostram também que afinal havia uma diferença morfológica a nível dos sexos muito parecida com a existente hoje. O que evidencia que a evolução pressionou este aspecto - uma abertura pélvica grande para deixar passar um bebé com um cérebro maior.
De resto, ao contrário do modelo que prevê que em climas quentes como os da África, os seres humanos têm um torso mais estreito e sejam altos, e em zonas mais temperadas ou frias, têm um tronco mais largo e sejam baixos, esta fêmea era baixa para os padrões do H. erectus (media entre 1,20 e 1,46 metros) e era larga.
Os novos dados alteram a concepção que se tinha desta espécie, que foi descoberta pela primeira vez há cem anos, e mostram que há mais variáveis a ter em conta.
in Público, 14.11.2008
21h42 Nicolau Ferreira
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