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March 3, 2008

Mercado do Bolhão...

O Mercado do Bolhão é um dos mercados mais emblemáticos da cidade do Porto, em Portugal, classificado como Imóvel de Interesse Público em 22 de Fevereiro de 2006.

Um pouco de História…

Há cerca de dois séculos, o terreno onde foi erguido o típico "Mercado do Bolhão", naquele que é considerado como o verdadeiro epicentro da baixa portuense, mais não seria do que um lameiro pertencente à quinta aí existente, propriedade dos condes de S. Martinho, da qual restaram pouquíssimos vestígios. O nome pelo qual é largamente conhecido derivará, tanto das características do solo, quanto da existência, nas suas imediações, de uma bica designada, precisamente, de "Fonte do Bolhão".
Apesar da Câmara Municipal do Porto o ter mandado construir logo em 1837, numa altura em que, por ordem do arquitecto e professor da Academia de Belas Artes do Porto, Joaquim da Costa Sampaio Lima (?-1864), se atribuíam os lugares no "Mercado Interno do Bolhão", foi apenas em 1851 que se iniciou a sua edificação no mesmo local onde já funcionava um mercado constituído por estruturas ainda demasiado precárias e transitórias, num momento em que uma das artérias mais movimentadas da cidade - a Rua Sá da Bandeira - começava a ser rasgada. Na verdade, existia, no local fronteiro, uma importante fábrica de estamparia e uma fundição, demolidas na sequência de um grande incêndio deflagrado nas suas instalações. E foi neste lugar que se ergueu uma série de edificações de carácter mercantil, em grande parte pertencente aos mais influentes industriais de Riba de Ave. Situado na freguesia de Santo Ildefonso, o mercado foi transformado no que é hoje pelo arquitecto António Correia da Silva em plena 1.ª Grande Guerra Mundial, entre 1914 e 1917, depois de, em 1910, o ante projecto do Eng.º Casimiro Barbosa ter sido aprovado. Foi, por conseguinte, levantado durante a primeira vereação republicana presidida pelo conhecido negociante portuense Elísio de Melo, a quem a cidade do Porto ficou a dever alguns dos seus mais arrojados projectos de urbanização (como a abertura da Avenida dos Aliados), entre os quais os próprios Paços do Concelho, também eles a merecerem um risco inicial daquele mesmo arquitecto.
Ocupando todo um quarteirão, o "Mercado do Bolhão" apresenta planta rectangular alongada, com linhas arquitectónicas e gramática decorativa de fundo neoclássico tardio, algo aproximado às do arquitecto José Marques da Silva (1869-1947), como a "Estação de S. Bento", não só na linguagem arquitectónica como na própria monumentalidade exibida que, no caso do mercado, será acentuada pelos torreões colocados nas esquinas. Ademais, o facto de ambos terem cursado em Paris poderá explicitar a forte influência exercida pela denominada arquitectura da École de Beaux Arts nas suas respectivas opções estéticas. Entra-se no interior do edifício pela fachada principal voltada a Sul que ostenta, a rematá-la, um frontão com um brasão ladeado por esculturas de pedra atribuídas a Bento Cândido da Silva, personificando o comércio e a agricultura. Desenvolvido, basicamente, em torno de um chafariz com quatro bicas, o mercado apresenta dois pisos interligados por diversas escadarias, além de um amplo pátio central subdividido em dois espaços exteriores através de uma galeria coberta, construída já nos anos quarenta
.”
In: http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=155837




Polémica em torno da reabilitação…

A Câmara Municipal do Porto recorreu, na década de 1990, a um concurso público internacional, nomeando para júri de concurso, o IPPAR, a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e o arquitecto Álvaro Siza Vieira. O projecto vencedor, do arquitecto Joaquim Massena, mantinha vivo o tecido físico do mercado, com novos conceitos de usos do mercado, com novas funções e novos horários de funcionamento. No entanto, apesar de o projecto vencedor para a reabilitação de um dos maiores símbolos da cidade do Porto ter sido distinguido pelo seu mérito, nunca chegou a avançar.
Em 2007, a Câmara do Porto decidiu abrir um novo concurso público de concepção/construção, deixando de parte a hipótese de reabilitação do Bolhão. O concurso admitiu a entrega do Mercado do Bolhão para exploração a privados, durante 50 anos. A empresa imobiliária vencedora, TramCroNe – Promoção e Projectos Imobiliários, S.A., anunciou que o seu projecto prevê a demolição de todo o interior do Mercado do Bolhão, deixando apenas a fachada, e contempla a construção de habitações de luxo e de um centro comercial, deixando apenas cerca de 3% da área total para o comércio tradicional.
Os cidadãos do Porto encontram-se incredulos, tal como eu fiquei qd soube de tal notícia... Para além do do desrespeito absoluto pelo Património Arquitectónico e Cultural, a Câmara Municipal do Porto está, não só a desactivar um dos mais emblemáticos símbolos o Comércio Tradicional da cidade, construído durante a Primeira Guerra Mundial, como a matar o coração da cidade numa vergonhosa acção para dar lugar a mais um centro comercial...

A petição, com mais de 50.000 mil assinaturas encontra-se em:
Mais informações em:
Assinem... pelo Porto, pela Cultura e pelo Património, que é não só desta cidade como de todo o nosso Portugal...

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